sábado, 21 de fevereiro de 2009

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COIMBRA - SOLIDÁRIA COM O POVO DA GUINÉ

Partiram ontem do Largo da Portagem, em Coimbra, os sete jipes da expedição humanitária para o povo guineense. A comitiva, 20 homens e duas mulheres, leva a esperança de, passados cinco mil quilómetros, conseguir aquele sorriso das muitas crianças deste país africano onde "tudo falta". Se os jipes iam carregados de bens necessários para os sete dias de viagem, à sua espera está já um contentor de 25 toneladas com produtos de primeira necessidade para aquele que é um dos países mais pobres do Mundo.
EXPEDIÇÃO Sete jipes arrancaram ontem rumo à Guiné
5.000 quilómetros de solidariedade
Partiram ontem do Largo da Portagem os sete jipes da expedição humanitária para o povo guineense. Henrique Fernandes e Carlos Encarnação foram desejar "boa sorte".

NA DESPEDIDA, a foto da praxe com os convidados de honra
Faltavam poucos minutos para as 10H00 quando a "Missão Humanitária – Memórias e Gentes 2009" arrancou rumo à Guiné-Bissau. Nos sete jipes da comitiva, 20 homens e duas mulheres levam a esperança de, passados cinco mil quilómetros, conseguirem aquele sorriso das muitas crianças deste país africano onde "tudo falta". Se os jipes – bem como uma carrinha Toyota Hiace – iam mais carregados de bens necessários para os sete dias de viagem da comitiva, à sua espera em Bissau está já um contentor com 25 toneladas de produtos de primeira necessidade. Todos angariados através da campanha levada a cabo por esta associação e onde foi importante o apoio da autarquia, e principalmente do gabinete do vereador Luís Providência, e do Governo Civil de Coimbra. O governador, Henrique Fernandes, o presidente da câmara, Carlos Encarnação, e muitos anónimos juntaramse no Largo da Portagem para se despedirem da comitiva.
Antes da partida, Henrique Fernandes revelou-se agradado por estar na presença prática "da solidariedade de uma população para com um povo carenciado". "As obrigações formais cabem aos governos, as informais pertencem por inteiro à sociedade civil", lembrou o governador. Já Carlos Encarnação considerou "exemplar" a acção desta associação que, para além do mais, "honra a cidade" e os seus cidadãos.
O presidente da associação, José Moreira, referiu que, para além do material didáctico, o contentor é composto por material para montar um parque infantil. "Um escorrega, duas tabelas de basquetebol e um baloiço duplo" são os primeiros utensílios do primeiro parque infantil do país que apenas ficará completo nas próximas expedições humanitárias. Uma creche completa, para ser instalada no Norte da Guiné (Varela), e material hospitalar para o Sul do país (Quebo, Fulacunda, Buba e Catió) e soro para Capiane, onde começaram a surgir os primeiros sinais de cólera, compõem o resto do contentor que só será desalfandegado "na nossa presença". Nesta situação, a comitiva conta com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros que, através dos consulados existentes ao longo do percurso, vai ser fundamental para passar algumas das fronteiras. Aliás, e segundo Fernando Ferreira (um dos elementos da comitiva), "essa é a principal dificuldade que nós encontramos ao longo do percurso". A duração – sete dias – é outro dos obstáculos sentidos por estas pessoas que, nalguns casos, são excombatentes portugueses naquele teritório. "Eu não sou, mas desde a primeira vez que fui que me deixei contagiar pelo sorriso e alegria das crianças quando lhes davamos uma caneta, um lápis ou até mesmo um caderno", disse. Julião Soares Sousa, presidente da Casa da Guiné em Coimbra, não perdeu a oportunidade de se despedir de uma comitiva que levará "uma pequena ajuda a quem precisa de tanta coisa".

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