quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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Diário de Notícias - Terça Feira 18 de Fevereiro de 2003

Detenções criam clima de medo em Bissau
ANTÓNIO NHAGA, correspondente em Bissau
A Guiné-Bissau vive num clima de medo com as constantes detenções de membros da oposição pela Segurança de Estado. Só nas últimas três semanas, foram detidas sete figuras políticas, das quais cinco destacados membros do PAIGC.
Quatro deles foram membros do Governo de João Bernardo Vieira: o ex-primeiro-ministro Carlos Correia, o ex-ministro das Finanças Filinto Barros e dois ex-ministros da Administração Interna, Francisca Pereira e José Pereira. Mário Mendes, membro do Comité Central do PAIGC, é a quinta figura deste partido detida.
Antes haviam sido detidos - e entretanto libertados - dois membros da Resistência da Guiné-Bissau (RGB / Movimento Bafatá): Domingos Fernandes Gomes, membro do Conselho Político, e a deputada Francisca Vaz Turpin, assim como o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné, a maior central sindical do país, Desejado Lima da Costa.
Sem explicações nem culpa formada, embora no último caso se saiba que a detenção se seguiu a críticas ao Presidente Kumba Ialá.
Há mais de duas semanas está detido o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, João Vaz Mané, também depois de críticas a Ialá.
As detenções são o tema da actualidade nos cafés de Bissau. Os funcionários públicos já quase esqueceram os salários em atraso e preocupam-se agora em saber o desenlace das detenções e suas consequências para as eleições antecipadas de 20 de Abril.
As forças da oposição não acreditam que as legislativas tenham lugar naquela data se o Governo continuar a dar a ideia de que está mais preocupado em silenciar a oposição de que em criar as condições necessárias para as eleições.
O presidente da comissão eleitoral, Higino Cardoso, assegurou ao DN que tecnicamente a CNE está pronta a organizar as eleições, mas que não lhe compete decidir se há ou não um novo recenseamento eleitoral. Na sua opinião, seria mais barato fazer uma actualização dos dados eleitorais. Mas nem essa se iniciou ainda.

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