domingo, 22 de fevereiro de 2009

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Guiné-Bissau
Expedição humanitária parte de Portugal para montar parque infantil e creche
A vontade de ajudar a Guiné-Bissau fez seguir hoje de Coimbra 22 pessoas, que atravessarão o deserto em veículos todo-o-terreno para montar o primeiro parque infantil da capital e uma creche no norte do país
Os expedicionários, que cumprem este ano a sexta missão humanitária, são na sua maioria ex-combatentes, de 60-65 anos, que levam consigo bens para oferecer, tendo já seguido para Bissau um contentor de 25 toneladas de materiais diversos.
«Fui combatente na Guiné de 1966 a 1968 e volvidos 37 anos regressei para recordar os locais por onde passei, e quando cheguei vi as muitas carências e trouxe na bagagem a vontade de voltar», confessou à agência Lusa José Moreira, que posteriormente dinamizou a criação da associação humanitária Memória das Gentes, para melhor concretizar esse objectivo.
Desde então, anualmente, normalmente em Fevereiro, partem de Coimbra em expedição. Este ano seguiram sete veículos todo-o-terreno, com 22 pessoas, a que se juntarão no deserto africano mais quatro motards e outro jipe provenientes do Norte de Portugal.
Este ano levam para distribuir material didáctico, camas para bebés, material hospitalar e medicamentos, mas vão também montar o primeiro parque infantil de Bissau, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra, que esperam deixar completamente concluído nos próximos dois anos, com novos equipamentos.
Em Varela, no Norte da Guiné-Bissau, vão montar uma creche, reservando para várias localidades do Sul do país equipamentos hospitalares e medicamentos.
Ao final do dia de hoje esperam pernoitar em Tânger, e a chegada à Guiné-Bissau está prevista para dia 26. O regresso do último grupo de expedicionários a Portugal está marcado para 16 de Março.
«Não fizemos mais que a nossa obrigação», confessou à Agência Lusa o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, referindo-se ao apoio disponibilizado pela sua autarquia à Guiné-Bissau.
Para o autarca, é «um orgulho» para a cidade ter uma organização com «valores humanos como tem a Memória das Gentes».«É com muita simpatia que vejo estas pessoas partir, para ajudar a suprir algumas necessidades das pessoas da Guiné-Bissau», confessou à agência Lusa o guineense Incanha Intumbo, há 15 anos radicado em Coimbra, onde prepara uma tese de doutoramento sobre as variantes étnicas do crioulo do seu país.

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