Reina a incerteza em Bissau
Primeiro-ministro guineense poderá ser forçado a demitir-se
O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, vai ser forçado a renunciar, anunciou o jornalista António Aly Silva, no seu blogue “Ditadura do Consenso”, que está a acompanhar os acontecimentos. A RDP África noticiou, entretanto, que acaba de ser decretado o recolher obrigatório na capital.
O vice-chefe das Forças Armadas, António Indjai - entretanto já apresentado como o novo chefe - terá ameaçado matar o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, caso a população que se encontra reunida em defesa do chefe do executivo não abandone as ruas.
“Digam à população para abandonar as ruas, que voltem para as suas casas, senão vou matar Cadogo [Carlos Gomes Júnior]”, disse em crioulo António Indjai, trajado com farda de gala, durante uma conferência de imprensa no quartel-general instaurado na fortaleza da Amura, em Bissau.
Entretanto, o primeiro-ministro, que fora detido e depois regressara ao seu gabinete, está já na sua residência particular, segundo a AFP.
Durante a conferência de imprensa, dirigida pelo ex-chefe da Armada, Bubo Na Tchuto, foi anunciada a detenção do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta, que se encontra incontactável, havendo quem tema que possa ter sido morto, tal como em Março do ano passado o foi o seu antecessor, Tagme Na Waie.Nas ruas de Bissau vive-se uma “tranquilidade assustadora”, com pouca movimentação de trânsito e muitas pessoas de rádio na mão para ouvir as últimas notícias da intervenção militar, disse à Lusa o português João Almeida.
“Só vejo é pessoas com rádios em cada quiosque e em cada esquina. Não há uma movimentação assustadora. Há é uma tranquilidade que assusta”, disse o coordenador geral da Humanitarius, Associação Humanitária de Apoio Social Internacional, com sede em Portimão.
A rádio nacional interrompeu a sua programação habitual e só tem estado a dar música militar.
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