sexta-feira, 14 de maio de 2010

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MONUMENTO AOS HERÓIS DO ULTRAMAR

Desloquei-me a Santa Comba Dão, para assistir à inauguração do Monumento aos Heróis do Ultramar. Conhecendo Santa Comba Dão, fiquei impressionado com a manifestação que as pessoas deram a este acontecimento, pois não é costume aderirem com tanto entusiasmo a este tipo de eventos. Seguidamente insiro a noticía do acontecimento publicado no Diário de Coimbra e umas fotografias tiradas por mim durante a inauguração.





Colegas e familiares emocionados na homenagem aos Ex-Combatentes

"Nós, Santa Comba Dão, também temos os nossos heróis (…) os seus nomes ficarão para sempre gravados na pedra, (…) sinónimo de solidez (…), que nenhum temporal destruirá". Foi desta forma que o presidente da câmara municipal de Santa Comba Dão, João Lourenço, iniciou o seu discurso de inauguração do monumento aos Ex-Combatentes do Ultramar.
As palavras foram especialmente dirigidas aos familiares dos 16 militares santacombadenses que morreram no campo de batalha e que foram a razão da homenagem realizada ontem, Dia do Município.
Para o presidente da Comissão dos Ex-Combatentes do Ultramar de Santa Comba Dão, António Prata, a homenagem "é um grande orgulho", pois a luta por este monumento já vem de há muitos anos e, finalmente, "fez-se justiça".
Da mesma justiça falou João Lourenço: "Justiça para os que ficaram para sempre marcados na Guerra do Ultramar e justiça para os que morreram na Guerra do Ultramar".
"Em Santa Comba Dão discutiu-se muito e discutir-se-á o estilo do monumento, o local e a oportunidade, mas nunca se discutiu a justiça da homenagem que este monumento traduz", frisou o autarca. A este propósito, destacou que o local escolhido não podia ter sido melhor, ou seja, em frente ao Palácio da Justiça para fazer isso mesmo: justiça.
Evocando Camões e Fernando Pessoa, João Lourenço deixou palavras de apreço aos familiares dos militares que partiram e aos combatentes que marcaram presença na inauguração do monumento, salientando o sacrifício de todos nesta "guerra injusta".
"Mas esta constatação não pode, não deve, fazer com que nos esqueçamos dos que lutaram, dos que morreram e dos que regressaram" com "graves mazelas físicas irrecuperáveis" e "problemas psíquicos que a guerra lhes provocou", afirmou.
Reivindicação antiga
António Prata encontrou neste executivo camarário a abertura que não conseguiu há alguns anos, no início da sua reivindicação por um monumento que homenageasse os ex-combatentes.
"Como já tínhamos uma rua dos ex-combatentes, o presidente na altura dizia que tinha outras prioridades em Santa Comba Dão. Mas nós queríamos o monumento, porque era preciso ter os nomes gravados e temos direito a ele", lembrou o presidente da Comissão dos Ex-Combatentes.
Sobre o estilo do monumento, afirmou que nunca viu um tão bonito, e conhece vários em todo o país, pois quando viaja, a primeira coisa que procura é o local da homenagem aos combatentes do Ultramar onde reza pelos colegas que já partiram.
No local onde está agora edificado o monumento, já existiu uma estátua de António Oliveira Salazar (natural do concelho de Santa Comba Dão), o que não incomoda António Prata. Mesmo não sendo apologista do governante, porque podia ter evitado a guerra, defende que o Museu Salazar deve ser mesmo feito na casa do estadista, na freguesia do Vimieiro.
Familiares e colegas emocionados
Muitos ex-combatentes estiveram presentes nesta cerimónia também dirigida a cada um deles, assim como os familiares dos 16 homens cujos nomes estão gravados no mural. Num gesto simbólico, mulheres, filhos, irmãos, tios e sobrinhos receberam placas com os nomes dos seus entes queridos que morreram a defender a Pátria.
A emoção do momento foi vivida pelos familiares e por todos os que viram os colegas padecer no campo de batalha. Ao serem recordados, fizeram chorar estes homens que regressaram, mas que nunca esqueceram.
Na cerimónia de inauguração estiveram presentes, entre outras entidades, representantes das associações de combatentes e militares de Santa Comba Dão, o governador civil de Viseu, Miguel Ginestal, a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários e o Regimento de Infantaria 14 de Viseu, que fez a guarda de honra. A população quis, igualmente, juntar-se a esta celebração e reuniu-se às dezenas em torno do monumento.
Neste dia, ficou uma certeza: "Santa Comba Dão jamais vai esquecer os 16 mártires" que combateram na Guerra do Ultramar. Assim, João Lourenço espera que "este monumento honre a memória dos que caíram no campo de batalha e encha de orgulho os que voltaram".

Foto Diário de Coimbra

















António Prata, presidente da Comissão dos Ex-Combatentes do Ultramar de Santa Comba Dão


Miguel Ginestal, governador civil de Viseu


João Lourenço, presidente da câmara municipal de Santa Comba Dão


colocação de coroas de flores
benção do monumento



representantes da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar com alguns elementos de Santa Comba Dão



aspecto da missa campal que se realizou a seguie à inauguração do Monumento





fanfarra dos bombeiros voluntátios de Santa Comba Dão




delegação de antigos ex-combatentes do concelho de Arganil


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