sexta-feira, 5 de junho de 2009

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«Secreta» afirma ter provas materiais

Os bastidores de um Golpe de Estado abortado

Bissau Cerca de 12 horas após o assassinato de Baciro Dabó, candidato as eleições presidenciais antecipadas, e Helder Proença ex-Ministro da Defesa, no Governo de Aristides Gomes, novos dados vão clarificando os bastidores do Golpe de Estado abortado pelos militares.
Segundo a «secreta» guineense, vários elementos do PAIGC e militares, na reserva e no activo, conspiravam com objectivo de «afastar» o Chefe de Estado Maior General da Forças Armadas, CEMGFA, José Zamora Induta, Carlos Gomes Júnior, Primeiro-ministro e Raimundo Pereira, Presidente interino, excluindo consequentemente a realização das eleições presidenciais antecipadas no próximo 28 de Junho, um efeito do assassinato do Presidente da república Nino Vieira, ocorrido poucas horas após da eliminação do Chefe de Estado-maior, Tagme Na Way.
De acordo com o comunicado da «secreta» guineense, esta dispõe de provas materiais (filmes e gravações) que justificaria a detenção dos elementos citados no documento que acrescenta que o «Alto Comando das Forças Republicanas para Restauração da Ordem Constitucional e Democrática» (ACFROCD), liderado por Helder Proença, garantiria, se o Golpe tivesse sido bem-sucedido, a governação do país.
Baciro Dabó, foi executado num quarto da sua residência na presença da sua mulher, Suncari Dabó. Oficialmente, o ex-Ministro do Interior e candidato a presidência terá resistido à detenção sendo abatido com três tiros no abdómen e um tiro na cabeça. Porém os militares aproveitaram a ocasião para roubar vários objectos valiosos na casa de Baciro, confirmou fonte próxima da família. Duas horas antes de ser executado, Baciro Dabó convivia descontraidamente com amigos em frente a sua casa.
Helder Proença, que chagara de Dacar esta quinta-feira, foi morto no seu veículo quando estava acompanhado de um condutor e um segurança. Segundo testemunhas o veículo de Helder Proença tentou fugir a uma barragem de militares os quais dispararam vitimando os três ocupantes. Todavia um soldado que participara na operação foi ferido e evacuado para Mansôa, demonstrando assim que houve uma troca de tiros entre os militares e o carro onde seguia o ex ministro da defesa.
Fontes da PNN indicam que Helder Proença, juntamente com um cúmplice, terá incitado um oficial próximo do CEMGFA a participar no Golpe de Estado previsto. O oficial, que participou numa reunião preparatória do Golpe, terá gravado e filmado o encontro e posteriormente apresentado ao CEMGFA que imediatamente pôs em curso a captura de todos os citados na reunião.
Entretanto a situação em Bissau permanece calma como se «nada tivesse acontecido» afirmou um residente, semelhante à «calma» da capital guineense após o assassinato de Nino Veira e Tagme Na Way, disse.

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