sexta-feira, 24 de julho de 2009

AS GRANDES OPERAÇÕES

O inferno de Guileje

O PAIGC contava com generosos apoios da República da Guiné, onde tinha as suas bases, como a de Kandiafra, a mais importante. O aquartelamento português em Guidage, a escassos 10 quilómetros da fronteira, servia de tampão às ofensivas da PAIGC contra o interior da província. Foi nesta região, no Sul da Guine, que as nossas tropas obtiveram os maiores êxitos militares de toda a guerra de África.
Nos difíceis terrenos do sul da Guiné, entrecortados por rios e salteados ora por bolanhas e tarrafos ora por mata densa e traiçoeira, as tropas portuguesas obtiveram a partir de 1969, imediatamente após a chegada de Spinola, os maiores êxitos militares de toda a guerra de África - acções que impediram os guerrilheiros do PAIGC de conquistar terreno que lhes permitiria, a partir das bases instaladas na vizinha República da Guiné, acesso mais facilitado ao interior da província.
Nesta região do Sul, as nossas tropas receavam sobretudo as minas, que quase sempre semeavam a mutilação e a morte. A guerrilha do PAIGC, aqui sob as ordens de um combatente de eleição, João Bernardo "Nino" Vieira, temia as operações levadas a cabo por unidades especiais com grande capacidade destrutiva, como pára-quedistas, comandos e fuzileiros - que actuavam quase sempre apoiados por bombardeamentos executados pela Força Aérea. O domínio do ar era, por isso, um bem inestimável.
Era uma zona particularmente difícil para as tropas portuguesas. Até para as unidades de elite. Os comandantes de companhia sentiam o peso da responsabilidade. Os, jovens capitães não podiam errar: a sobrevivência dos soldados dependia de decisões tácticas acertadas e o mais pequeno erro pagava-se com a vida. As forças do PAIGC, sob as ordens de "Nino" Vieira com a ajuda de instrutores chineses e cubanos, exerciam uma tremenda pressão - a fim de não deixarem que os portugueses se sentissem à vontade.
O comandante-chefe da Guiné estava apostado em intensificar as acções no Sul da província - e, na verdade, as nossas tropas provocaram pesadas baixas entre os assanhados grupos de guerrilha. A fronteira era-nos hostil. O PAIGC contava com generosos apoios da República da Guiné, onde tinha as suas bases, como a de Kandiafra. Era intenção de Spínola dificultar-lhes o caminho para o interior da província - que o comandante-chefe conseguiu com assinalável êxito. E, para esta manobra, tinha papel relevante a permanência portuguesa no aquartelamento de Guilege, a escassos 10 quilómetros da fronteira.

O Corredor da Morte
Um trilho marcado por entre densa vegetação ligava a base do PAIGC em Kandiafra, na República da Guiné, ao interior da Guiné Portuguesa. Chamavam-lhe o corrector de Guilege - ou o Corrector da Morte, como era conhecido entre as nossas tropas. Os guerrilheiros utilizavam este caminho.
Na primeira semana de Novembro de 1969, uma fuga de informação a partir de Conacri deixou o quartel-general português em Bissau a ferver de impaciência: o governador e comandante-chefe ficou a saber que uma importante coluna do PAIGC encabeçada por “Nino” Vieira se preparava para a cruzar o Corredor da Morte. António de Spínola atribui ao Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 12, comandado pelo então tenente-coronel Fausto Marques, a delicada operação de atacar a coluna de guerrilheiros - e capturar "Nino" Vieira.
Fausto Marques destaca para a missão a Companhia 122, comandada pelo capitão João Bessa. Trata-se da Operação Jove. João Bessa reúne a companhia, explica os objectivos da acção militar - e, perante os elevados riscos, pede voluntários.
Dias antes da partida para a operação, um avião pilotado pelo comandante da Região Aérea da Guiné, o então coronel Diogo Neto, sobrevoa o Corrector de Guilege. A bordo seguem o comandante do batalhão, tenente-coronel Fausto Marques, e o comandante da operação, capitão João Bessa. Observam o trilho por onde vão passar os guerrilheiros - e escolhem o melhor local para a emboscada à coluna militar do PAIGC encabecada por "Nino" Vieira.
Às primeiras horas da manhã de 17 de Novembro de 1969, um grupo de 40 voluntários da Companhia 122, reforçado com mais 10 voluntários da Companhia 122, embarcam em dez helicópteros Alouette III da Forca Aérea - e foram colocados um ponto ainda longe do local previsto para a emboscada. Levam rações de combate para três dias. Em vez de caminharem por trilhos que levavam à zona de acção, vão a pé por entre a mata densa para não serem detectados.
Cerca das dez horas da manha de 18 de Novembro, os militares portugueses chegam ao ponto de emboscada - e procuram tomar as meIhores posicoes no terreno. Ainda não estavam preparados, ouvem vozes ao longe. A coluna do PAIGC aproxima-se. Os soldados portugueses aguardam as ordens do comandante - que vê um dos guerrilheiros da frente sacar uma pistola do coldre. Estala então, violento tiroteio. Um dos homens da coluna foge para o interior da mata. O capitão João Bessa dá ordens para que o persigam. O fugitivo está ferido e os para-quedistas seguem-lhe o rasto de sangue.
"Nino" Vieira, o homem que António de Spinola tanto queria deitar a mão, ficara retido num combate que se travava na região de Bedanda, no Sudoeste da Guiné - e não fazia parte daquele grupo que seguia pelo Corrector da Morte e fora emboscado pelas nossas tropas. O homem que os para-quedistas portugueses perseguiram na mata não era ele. Encontraram quem menos esperavam: o capitao cubano Pedro Rodriguez Peralta. Estava gravemente ferido, com um bravo esfacelado. Deram-lhe injecções de morfina para o aliviar das dores. Os helicóopteres resgataram os para-quedistas e o ferido foi internado no Hospital de Bissau e, mais tarde, transferido para Lisboa. Esteve preso durante seis anos. Apenas foi libertado e enviado para Cuba seis meses após a Revolução de 25 de Abril de 1974: foi trocado por um agente da CIA, Kirby Hunt, que cumpria em Havana uma pesada pena de cadeia por espionagem.

Mísseis Sam 7 chegam a Guiné
Apos a captura do capitão Peralta, as tropas portuguesas intensificaram as acções no Sul da Guiné contra o PAIGC. O movimento de guerriIha passou então por um período de grandes dificuidades. Sucediam-se as operações de grande violência lancadas por unidades especiais - sempre apoiadas bombardeamentos executados pela Forca Aérea. Os aviões e helicópteros semeavam o terror entre os guerrilheiros, abriam caminho as tropas terrestres, transportavam material de guerra, evacuavam os mortos e os feridos. A guerrilha dificilmente se movimentava.
Mas o PAIGC recebe mais apoio militar, sobretudo dos países do Leste da Europa, passa a ter melhores armas - e começa a equilibrar a sorte da guerra. As forcas portuguesas sentem crescentes dificuldades. O Sul da Guiné está a ferro e fogo. É um verdadeiro inferno. A guarnição do aquartelamento de Guidage, praticamente encostado à fronteira, vive tempos de grande sofrimento.
No inicio de 1973, um. acontecimento extraordinário anuncia que as nossas tropas correm sérios riscos de uma pesada derrota militar. Fazem-se ouvir, no Sul da Guiné, os primeiros disparos de misseis antiaereos Sam 7, mais conhecidos como mísseis "Strella", de fabrico sovietico, que passaram a equipar as forças do PAIGC. O movimento da guerrilha está a um passo de conseguir criar grandes obstáculos à Força Aérea, sem o domínio do ar, a capacidade de combate das nossas tropas terrestres ficaria seriamente comprometida.
Os primeiros mísseis foram disparados pelo PAIGC em Fevereiro. Sem êxito. No dia 25 de Marco de 1973, um avião Fiat G-91, pilotado pelo capitão Miguel Pessoa, preparava-se para regressar à base após ter executado uma missão de bombardeamento na zona do aquartelamento português de Guidage. Foi atingido. O PAIGC abateu o primeiro avião português com um míssil "Strella".
O piloto, ainda assim, conseguiu ejectar-se. Aterrou de pára-quedas na mata. A Força Aérea, apesar da ameaça dos temidos "Strella" sobrevoou a zona para localizar o piloto. Miguel Pessoa foi descoberto - e, no dia seguinte, resgatado da mata por uma força especial constituida por 30 comandos e para-quedistas. Portugal, a partir daqui, perdeu o dominio do ar: os aviões, sob a ameaca dos mísseis, praticamente não levantavam voo e as tropas terrestres, sem o apoio do fogo aéreo, perderam a inciativa da guerra. O PAIGC estava a beira da vitória militar. E, em Maio de 1973, tropas da guerrilha comandadas por "Nino" Vieira lancaram a "Operação Amílcar Cabral", o assalto final contra a nossa posição em Guidage.

Tropas Portuguesas em fuga
A guarnição do quartel de Guileje, perante os ataques da artilharia do PAIGC, abandonou a posição e, contrariando ordens de Spinola, retirou para Gadamael. Os guerrilheiros, embalados pela vitória fácil, atacaram Gadamael forte e feio. Os soldados portugueses, desmoralizados e em pânico, fugiram para a mata. Mas o comandante-chefe, que já tinha perdido Guileje, estava disposto a assegurar a domínio de Gadamael a qualquer custo. A resistência portuguesa teve um preço elevado: 25 mortos e 150 feridos.
O ano de 1973 não começou nada bem para as nossas tropas na Guiné. As forças do PAIGC receberam mais armamento dos países de Leste e, entre o material, vinham os poderosos mísseis antiaéreos Sam 7, ou Strella, como ficaram mais conhecidos. Os primeiros foram disparados ainda em Fevereiro, no Sul da Guiné, contra a aviação portuguesa. Ainda assim, sem êxito. Até que os guerrilheiros afinaram a pontaria.
O capitão piloto-aviador Miguel Pessoa havia de ficar na historia. Ele pilotava o primeiro avião abatido por um míssil Strella. Tinha executado uma missão de bombardeamento na zona do aquartelamento português de Guileje, no Sul da Guiné, a 25 de Marco de 1973, quando foi atingido. O piloto conseguiu ejectar-se e salvou-se com uma perna partida durante a aterragem de pára-quedas.
A utilização dos mísseis mudou por completo o curso da guerra. Até aqui, o comandante-chefe, António de Spínola, tinha conseguido no Sul da Guiné, onde os combates eram mais duros, os maiores êxitos militares de toda a guerra de África: impediu os guerrilheiros de conquistarem terreno que lhes permitiria acesso mais facilitado ao interior da província a partir das bases instaladas para lá da fronteira, na vizinha República da Guiné. O êxito destas operações militares, quase sempre executadas por unidades especiais com grande capacidade de combate, devia-se em grande parte a capacidade operacional da Força Aérea: a progressão das tropas terrestres eram apoiadas por bombardeamentos aéreos que semeavam o terror e a morte entre os combatentes do PAIGC.
A partir do momento em que as forcas de guerrilha começaram utilizar os mísseis Strella, a aviação perdeu capacidade operacional e sem apoio aéreo, as tropas terrestres perderam a iniciativa da guerra. Ate as unidades especiais de comandos, fuzileiros e pára-quedistas ficaram bloqueadas.

Assalto final
O PAIGC tinha retirado aos portugueses o domínio do ar - e isso dava-Ihe uma vantagem avassaladora. As tropas portuguesas estavam agora em sérias dificuldades. Embalado pela vantagem militar, o PAIGC prepara o assalto final. Concentra tropas no Norte e cerca a guarnição portuguesa de Guidaje, mesmo em cima da fronteira com o Senegal. Mobiliza importantes efectivos no Sul e sufoca o nosso aquartelamento de Guileje, a cerca de uma dezena de quilómetros da fronteira com a Republica da Guiné. Os comandantes militares do PAIGC lançaram ao mesmo tempo estas duas operações de cerco - a 18 de Maio de 1973. O dispositivo militar português viu-se espartilhado por uma forte tenaz: uma ponta esmagava Guidaje, a Norte; enquanto a outra ponta apertava Guileje, a Sul.
A guarnição de Guidaje, no Norte, num total de 200 soldados, ficou completamente isolada por uma força de 700 guerrilheiros comandados por Francisco Mendes e Manuel dos Santos. A guerrilha montou o cerco inultrapassável a partir de uma importante base que possuíam na zona de Kumbamory, em pleno Senegal.
Mas uma unidade especial de comandos, sob as ordens directas de Almeida Bruno, foi enviada para libertar o quartel de Guidaje através de um ataque às forças de cerco lançado a partir de Kumbamory. Foi uma operação de grande dificuldade. As forcas portuguesas sofreram 25 mortos e 23 feridos num violento combate - que se prolongou por quatro horas. Mas resultou. A base que o PAIGC tinha no Senegal ficou arrasada e o quartel de Guidaje foi libertado.
Ao mesmo tempo que o comandante-chefe da Guiné conseguia sacu­dir a pressão que o PAIGC exercia sobre o Norte da Guiné, a outra ponta da tenaz montada pela guerrilha, a Sul, esmagava o aquartelamento português de Guileje.

O inferno do Sul
O PAIGC tinha mobilizado no Sul uma considerável força militar comandada por João Bernardo "Nino" Vieira. Objectivo: tomar de assalto a posição que as tropas portuguesas mantinham em Guileje. Tratava-se da Operação Amílcar Cabral. As forças da guerrilha, com 700 combatentes, eram apoiadas por unidades de artilharia pesada.
A guarnição de Guileje, comandada pelo major Coutinho Lima, era constituída pela Companhia de Cavalaria 8350, um pelotao de artilharia, uma secção de autometralhadoras Fox e um pelotao de milicias locais. O quartel estava instalado no interior de mata densa e o acesso fazia-se por uma picada estreita. Tinha um ponto forte: abrigos subterrâneos permitiam suportar fortes ataques da artilharia. Mas sofria de uma desvantagem considerável: o abastecimento de água era feito num poço localizado a cerca de dois quilómetros do quartel.
O ataque do PAIGC iniciou-se a 18 de Maio de 1973. Manhã cedo, os guerrilheiros emboscaram um grupo português empenhado em transportar água do poço para o quartel. Fizeram dois mortos e sete feridos. Na madrugada do dia 19, o aquartelamento foi atacado e o major Coutinho Lima pediu para se deslocar a Bissau, a fim de contar de viva voz o que se passava. Não foi autorizado. No dia seguinte, o comandante partiu para Cacine - e dai renovou o pedido de licença para ir a Bissau. Foi. E regressou a Cacine. No dia 21, as forças do PAIGC voltaram a atacar o quartel com nutrido fogo de artilharia. A guerrilha, surpreendentemente, atacava durante o dia porque sabia que a Forca Aérea, acossada pelos mísseis Strella, não arriscaria um bombardeamento.
Ainda em 1968, as tropas portuguesas abandonaram as posições de Gadamael e Sanganha, deixando a Guileje e a Gadamael, mais a sudoeste, no último braço de água do rio Cacine, o estatuto de tampão às tropas da guerrilha no Sul da Guine. Agora, segundo as teses de Spínola, eram as populações que mais justificavam a presença das nossas tropas: de outra forma, os guinéus, como o governador e comandante-chefe dizia, passariam a colaborar como movimento de libertação.

A grande retirada
O comandante der Guileje, o major Coutinho Lima, regressou de Bissau a 21 de Maio com indicações precisas para defender a posição portuguesa. Passou por Cacine e Gadamael e arrancou para Guileje com dois grupos de combate, um da Companhia de Caçadores 4743, estacionada em Gadamael, outra da Companhia de Caçadores 3520, da guarnição de Cacine.
Até esse dia, o quartel de Guileje, cercado pelas forças do PAIGC sofreu perto de 40 ataques da artilharia da guerrilha. As flagelações provocaram danos de monta ainda assim, não causaram vitimas. Valeram os abrigos subterrâneos. Mas as condições de vida no interior do aquartelamento eram difíceis: a população fugiu da mata, refugiou-se no quartel e os abrigos estavam à pinha. Os mantimentos não eram muitos e a água escasseava.
O alto comando de Bissau entendia que a posição de Guileje era defensável e foi isso que pediu ao comandante da guarnição. Coutinho Lima, vindo de Gadamael com dois grupos de combate, chegou ao aquartelamento ao fim da tarde do dia 21 de Maio. E, sem informar o quartel-general, decidiu que as tropas e a população deviam retirar para Gadamael.
A retirada iniciou-se por volta das três da manhã do dia 22. Deixaram tudo no quartel de Guileje: armas pesadas, mantimentos, viaturas e um mapa militar da região que, mais tarde, veio a ser util às forças do PAIGC no ataque com artilharia pesada a posições portuguesas. As colunas em fuga foram detectadas aos primeiros raios de sol por um avião da Força Aérea. Foi nesse exacto momento que Spínola soube da retirada. O general espumou de raiva. Enviou o coronel pára-quedista Raul Durão para Gadamael a fim de substituir Coutinho Lima no comando.
Quando as tropas em retirada chegaram a Gadamael, cerca da uma da tarde de 22 de Maio, Raul Durão já lá estava. Coutinho de Lima foi imediatamente enviado para Bissau, onde ficou em prisão preventiva. Ao contrário de Guileje, o quartel de Gadamael tinha menos condições para sobreviver a pesados ataques da artilharia: não tinha abrigos. Ali, a guarnição era constituída pela Companhia de Caçadores 4743, que dependia operacionalmente de Guileje. Se as condições do quartel já eram difíceis, pior ficaram com a chegada da coluna em fuga.
No dia 1 de Junho, deu-se o esperado: o PAIGC, moralizado pela vitória fácil obtida em Guileje, flagelou forte e feio o quartel de Gadamael, onde a duplicação de efectivos em espaço exíguo mais reduzia as hipóteses de sobrevivência. As primeiras descargas da artilharia fizeram 20 mortos. Os soldados, desmoralizados e em pânico, fugiram para as matas e bolanhas circundantes do quartel. Muitos foram recuperados por botes dos fuzileiros e transportados para Cacine.
Em Bissau, o comandante-chefe estrebuchava e brandia o pingalim. Spínola queria manter Gadamael, a qualquer custo. O capitão Manuel Monge (hoje, general da reforma), que comandava na região Sul um esquadrão de Cavalaria, recebe ordens para organizar em Cacine o regresso a Gadamael dos militares em fuga e foi isso que ele fez. O quartel, a pouco e pouco, começa a responder aos ataques da guerrilha. E nomeado novo comandante o tenente-coronel Araújo e Sá. A guarnição reformada por pára-quedistas e fuzileiros. E os guerrilheiros acabaram por retirar. Salvou-se Gadamael. A resistência portuguesa custou 24 mortos e 150 feridos.


BIBLIOGRAFIA
OS ANOS DA GUERRA COLONIAL (1961-1974)
Manuel Catarino - Jornal 24 Horas

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