terça-feira, 24 de março de 2009

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Cidade da Praia, 23 Mar (Lusa) -- O antigo presidente interino da Guiné-Bissau Henrique Rosa disse hoje à Agência Lusa estar "disponível" para se candidatar às eleições presidenciais guineenses previstas para dentro de dois meses.
Em declarações à Lusa na Cidade da Praia, onde se encontra de visita privada, Henrique Rosa, que governou interinamente a Guiné-Bissau após o golpe de Estado de 2003 que derrubou Kumba Ialá, indicou estar a ser alvo de "grande pressão" para se apresentar como candidato.
"Estou disponível para ajudar a Guiné-Bissau, que precisa muito de todos os seus filhos. Estou a receber uma grande pressão nesse sentido - e eu tenho responsabilidades e quero ajudar", afirmou Henrique Rosa, presidente interino entre 28 de Setembro de 2003 e 01 de Outubro de 2005.
Escusando adiantar de onde vem a pressão, Henrique Rosa, 63 anos, natural de Bafatá, 150 quilómetros a Leste de Bissau, referiu que, apesar da disponibilidade, ainda não tomou uma decisão definitiva sobre se a sua candidatura à Presidência Guineense será a melhor forma de ajudar o país.
Sobre os acontecimentos que levaram, no início deste mês, aos assassínios do então presidente João Bernardo "Nino" Vieira e do na altura chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA), general Tagmé Na Waié, Henrique Rosa nada comentou, limitando-se a considerá-los uma "tragédia".
De visita privada a Cabo Verde, o ex-presidente guineense foi hoje recebido pelo Chefe de Estado cabo-verdiano, Pedro Pires, "amigo de há muito", com quem falou sobre a situação na Guiné-Bissau.
Henrique Rosa, porém, nada disse sobre se uma eventual sua candidatura à Presidência Guineense foi um dos temas abordados.
Empresário, sem filiação partidária e com ligações profundas à Igreja Católica, Henrique Rosa foi, no passado, entre outras funções, cônsul honorário da Bélgica na Guiné-Bissau e presidiu, em 1994, embora temporariamente, à Comissão Nacional de Eleições (CNE) na altura em que se preparavam as primeiras eleições multipartidárias do país.
Durante a interinidade da sua presidência, a sua acção foi elogiada por toda a comunidade internacional e reconhecida pelos políticos guineenses, que o "acusam" de ter conseguido levar a transição até ao fim, permitindo a realização das legislativas de Março de 2004 e as presidenciais de Julho de 2005.

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