Guiné-Bissau: Chefe de Estado maior morreu em atentado
Bissau – O Chefe de Estado-maior das forças armadas guineenses, General Batista Tagmé Na Way, morreu este domingo num atentado à bomba que ocorreu no bairro do QG onde se encontra o edifício do Estado-maior General.
General Batista Tagmé Na Way
Este domingo, por volta das 20h00 uma importante explosão ocorreu nos escritórios do Estado-maior General das forças armadas, no bairro do QG em Bissau, provocando a destruição parcial do edifício.
As primeiras informações indicavam que o hospital recebera quatro feridos e no meio dos escombros do edifício estaria o corpo sem vida de Batista Tagmé Na Way, informação que se confirmou mais tarde. O corpo de Batista Tagmé Na Way foi entretanto transferido para as instalações da Força Aérea.
Apesar da situação em Bissau permanecer calma, todas as artérias que dão acesso ao quartel-general foram fechadas. As rádios e a televisão nacional foram «intimadas» a suspender as suas emissões.
A 05 de Janeiro Batista Tagmé Na Way, exigiu o desarmamento da milícia fiel a «Nino» Vieira «aguentas» mobilizada para garantir a segurança do chefe de Estado após a tentativa de assassinato do mesmo.
O desarmamento coercivo dos «aguentas», fieis ao Presidente da Republica desde a guerra de 7 de Junho de 1998, foi interpretado por alguns analistas guineenses como revelador da força que ainda gozava o Batista Tagmé Na Way no seio da classe castrense. Mas outros consideram que a mobilização dos «aguentas» poderia ser encarado também como uma estratégia de «Nino» Vieira para fragilizar Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, que já não lhe inspirava muita confiança, para depois o afastar das funções.
Os militares guineenses têm sido acusados de interferir sistematicamente nos assuntos políticos do país, nomeadamente nas demissões e nomeações de titulares dos órgãos públicos. A interferência dos militares nos assuntos públicos tornou-se mais visível após a guerra de 7 de Junho em 1998. A partir daí, foram muitos casos protagonizados pelos militares, desde golpes de Estado até aos assassinatos, resultantes de sublevações.
Todas estas situações, aconteceram em momentos que estavam em curso processos da reforma no sector da defesa e segurança, impulsionado depois da revolta militar de 2004, a qual resultou no assassinato de Veríssimo Correia Seabra, antigo Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. Depois de muitas campanhas de sensibilização, o complexo processo, ganhou a consistência no meio dos militares, que temiam serem afastados das fileiras e posteriormente «retalhados» ou julgados pelos actos que teriam cometido, tanto assim que exigiram a controversa Lei de Amnistia
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