sexta-feira, 6 de março de 2009

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Crise: Militares acusam porta-voz das Forças Armadas

Coronel pôs bomba que matou Waié

Alto responsável militar afirma que o ex-chefe das Forças Armadas morreu após receber um telefonema

















'Nino’ Vieira telefonou três vezes ao primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, já depois da meia-noite, na madrugada de 2 de Março, dia em que foi assassinado. A informação foi confirmada ao CM por um alto responsável militar guineense, que pediu o anonimato. A mesma fonte fez ainda a cronologia dos acontecimentos que culminaram na morte dos dois homens mais poderosos do país. "No dia em que foi morto, Tagmé na Waié reuniu-se com altas patentes militares no quartel-general, onde passava a maior parte do tempo. No final da reunião, deteve-se a conversar com alguns deles longamente, até receber uma chamada telefónica, por volta das 19h00".
Os momentos que se seguiram foram trágicos para o general. 'Ele levantou-se, seguido de três dos seus colaboradores mais directos, mas ao subir as escadas que dão acesso ao seu escritório, explodiu uma bomba, colocada sob as escadas. O engenho foi escondido pelo coronel Arsénio Baldé, porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas, que já se encontra detido', acusou, frontalmente.






















Prosseguindo na sua versão, o oficial guineense assegurou: 'Pouco depois, ‘Nino’ convocou pessoas da sua confiança para uma reunião em sua casa, a pretexto de que era aconselhável nomear imediatamente o substituto de Waié, para evitar o vazio de poder. Chamou também Carlos Gomes Júnior, para que assinasse o despacho que confirmaria a nomeação do novo CEMGFA. Carlos Gomes recusou comparecer. ‘Nino’ tentou mais três vezes, já depois da meia-noite, sem êxito.'
Intrigado, o primeiro-ministro terá decidido informar Zamora Induta, presidente da Comissão de Gestão Militar, do sucedido, tendo sido aconselhado a não sair de casa. Irritado com a desfeita, ‘Nino’ mandou um grupo buscá-lo, mas a segurança em casa do PM já tinha sido reforçada. 'Nessa altura, ‘Nino’ já estava nas mãos do Comando Mansoa. 'Mataram-no da mesma maneira que ele matou Paulo Correia' – antigo primeiro-ministro, de etnia balanta, condenado à morte.








































































































PORTUGAL QUER REFORMA NAS FORÇAS ARMADAS

O ministro português dos Negócios Estrangeiros afirmou estar tranquilo face à situação na Guiné--Bissau, embora não deixe de recordar que existem problemas de fundo ainda por resolver. Luís Amado garantiu que 'a leitura que fazemos da situação permite-nos encarar com tranquilidade os próximos meses, mas há problemas de fundo que têm de ser resolvidos'. No entender do MNE, as Forças Armadas e o sector da segurança são os principais responsáveis pela instabilidade que se tem vivido no país nos últimos dez anos, razão pela qual defende ser 'vital que as Forças Armadas encontrem uma via de reforma e estabilidade'.

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