21 Março 2009
A Segurança Social de Braga disponibilizou-se para receber, em instituições de Barcelos, Braga, Guimarães, Famalicão e Vila Verde, três cidadãos, sinalizados como sem-abrigo, ex-combatentes da guerra colonial, disse hoje fonte da ACUP - Associação Combatentes do Ultramar Português.
O presidente da ACUP, José Nunes, revelou à Lusa que os três sem-abrigo se encontram no Centro de Acolhimento Temporário da Cruz Vermelha Portuguesa de Braga, mas precisam de viver num lar de idosos, com condições especificas para as suas necessidades e idade.
O dirigente associativo, acompanhado pelo presidente da Cruz Vermelha local, Francisco Alvim, foi recebido sexta-feira pela gestora do Centro Distrital da Segurança Social, Maria do Carmo Antunes da Silva, com quem debateu o assunto.
A Cruz Vermelha recebeu, recentemente, três antigos combatentes da 'guerra colonial' no quadro de um protocolo de colaboração com a ACUP.
José Nunes adiantou que o Centro da Segurança Social indicou, de imediato, cinco instituições que podem acolher antigos combatentes, 'desde que a ACUP e a Cruz Vermelha façam a sinalização dessas situações, comprovando que se encontram em processo de recuperação e em condição de sem-abrigo'.
'Vamos alargar este acordo de cooperação a todos os centros distritais do continente e regiões autónomas, conforme ofício nesse sentido já recebido do Instituto de Segurança Social', adiantou.
O presidente da ACUP calcula que, em Portugal, principalmente em Lisboa e no Porto, haja, pelo menos, 200 sem-abrigo que combateram no antigo 'ultramar', na Guiné, em Angola, Moçambique, Índia, e Timor-Leste.
José Nunes assinala que o Instituto da Segurança Social, em ofício dirigido em Fevereiro à ACUP, determinou que seja dada prioridade a ex-combatentes sinalizados como sem-abrigo nos lares de idosos que tenham acordo com o organismo estatal.
A ACUP assinou, também, recentemente, um protocolo de cooperação com a direcção nacional da Cruz Vermelha Portuguesa para a realização de um rastreio nacional dos combatentes 'sem-abrigo', toxicodependentes e alcoólicos.
O acordo prevê, ainda, acções concertadas que apoiem e dignifiquem os ex-combatentes sinalizados naquelas situações.
A ACUP, que foi criada há sete anos em Castelo de Paiva, tem 500 associados.
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