O presidente Nino Vieira foi alvejado e depois de morto foi brutalmente golpeado com catanas por militares enraivecidos com o assassínio do general Tagmé Na Waie, assegurou ontem uma fonte militar em Bissau contactada pelo Correio da Manhã. Refira-se que a autópsia confirma que o corpo de Nino Vieira apresentava golpes violentos.
Ainda de acordo com a mesma fonte, militares com sede de vingar a morte do chefe de Estado-Maior General tomaram de assalto a casa do presidente com o apoio de um comando proveniente de Mansoa, que bombardeou a residência com tiros de morteiro RPG. A guarda presidencial contra-atacou, mas não conseguiu resistir. Os militares disparam contra Nino e, depois de o matarem, golpearam-no com catanas. Quando a ambulância chegou encontrou o corpo encostado a uma parede ao lado da porta que dava acesso ao exterior.
Apesar de, aparentemente, a serenidade ter regressado à capital, parece ter começado a caça às bruxas. O ex-chefe da Diplomacia guineense, Soares Sambú, disse que ex-ministros ligados a Nino Vieira estão a receber ameaças de prisão e de morte, tendo alertado o caso à ONU.
Entretanto chegou a Bissau a delegação da CPLP, chefiada pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, e uma outra da CEDEAO, que garantiram apoio para as Presidenciais.
BOMBA LEVADA DE CONACRI POR MILITARES DE NINO
A bomba de origem tailandesa que vitimou o chefe militar Tagmé Na Waie terá sido levada da Guiné Conacri para Bissau por militares próximos do presidente Nino Vieira quando este efectuou uma visita-relâmpago àquele país, adiantou uma fonte castrense de Bissau ao nosso jornal. Recorde-se que Nino se deslocara a Conacri para pedir à Junta Militar a libertação de Ousame Conté, filho mais velho do ex-presidente Lansana Conté, detido por envolvimento no tráfico de droga.
"Tagmé sabia da existência do engenho explosivo, mas desconhecia quando e em que circunstânciasNino o iria usar", adiantou a fonte, acrescentando que Na Waie terá dado instruções aos seus militares para "matarem Nino Vieira logo que ele [Na Waie] fosse morto".
Ainda de acordo com a fonte, após ter sido confirmada a morte de Na Waie, Nino Vieira terá convocado o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, para nomear de imediato um substituto. Nino ter-se-á também reunido com militares para discutir a situação.
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