segunda-feira, 13 de abril de 2009

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Afeganistão:

Socialista critica decisões de Severiano Teixeira

Alegre contra envio de tropas portuguesas

Manuel Alegre criticou ontem o envio de militares portugueses para o Afeganistão, num momento em que o País atravessa uma grave crise económica. Para o socialista, a estabilização da situação militar e política na Guiné-Bissau é sem dúvida "mais importante e urgente" para Portugal do que o Afeganistão.
'Não tem sentido que, numa situação de crise que exige a mobilização dos nossos escassos recursos, o ministro da Defesa venha defender o reforço do envio de tropas portuguesas para o Afeganistão. Em nome de quê e de que interesses nacionais?', escreveu Alegre no seu blogue, num post intitulado ‘Pensar português’.
O socialista criticou, ainda, o ministro Severiano Teixeira por ter recusado 'o investimento militar português em África, ainda que no quadro da CPLP'. 'A estabilização da situação militar e política na Guiné é muito mais importante e urgente para nós do que o Afeganistão', acrescentou.
Alegre manifestou-se ainda, em declarações ao ‘Público’, contra a decisão da Loja do Cidadão de Faro de proibir as funcionárias de usar minissaia e decotes.

"ENVIAR TROPAS PARA A GUINÉ É UM DISPARATE" - Loureiro dos Santos General, ex-CEME (R)

Correio da Manhã – O deputado do PS Manuel Alegre defende o envio de tropas portuguesas para a Guiné-Bissau e não para o Afeganistão. Concorda?
Loureiro dos Santos – Não concordo nada com isso. Acho que Portugal deve mandar militares para o Afeganistão no quadro da NATO e isso dá-nos um trunfo importante junto da Aliança Atlântica que nos pode servir em situações em que precisemos do apoio dos Aliados. Para o Afeganistão ainda com mais força de razão, porque é a região de onde sai o terrorismo que nos pode atingir. Acho que Manuel Alegre deveria estar um pouco preocupado com isso.

– E em relação à Guiné-Bissau?
– Acho um disparate Portugal enviar militares para a Guiné-Bissau. Neste país, que é um estado falhado com muita influência dos traficantes de droga, uma situação muito preocupante, Portugal deve dar apoio através de ajudas entre os dois governos. E se for necessário o envio de tropas, devem ir forças militares das Nações Unidas no quadro da União Africana e em que Portugal, inserido na CPLP, deverá participar com conselheiros, peritos e especialistas. Seria um erro enorme irem forças militares portuguesas para efectuar uma missão de paz na Guiné-Bissau.

– Isso teria consequências?
– Poderíamos ser recebidos de uma forma complicada. Poderíamos abrir algumas feridas dado os acontecimentos históricos recentes que tivemos com a Guiné-Bissau. Para este país, Portugal apenas deveria avançar com unidades de serviço, como fizemos em Moçambique e em Angola, e sempre a pedido dos governos destes dois países. Ingerir dentro de um outro Estado, sem ser a seu pedido, é muito complicado. Quando estivemos em Angola e em Moçambique, após a independência, foi sempre no quadro da ONU. Tivemos nestes países um destacamento de comunicações, de engenharia e hospitais de campanha, mas nunca numa operação de combate, isso seria um erro grave.

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