Primeira volta no dia 28 de Junho
A política e empresária Francisca Vaz Turpin, de 56 anos, líder da União Patriótica Guineense (UPG), é a única mulher entre os 15 candidatos que se registaram no Supremo Tribunal para as presidenciais da Guiné-Bissau, cuja primeira volta está marcada para 28 de Junho, noticiou hoje a agência PANA.
Turpin, que já foi presidente da Câmara Municipal de Bissau e ministra conselheira do antigo Presidente Kumba Ialá, pretende concorrer com figuras como este último e os também antigos presidentes Malam Bacai Sanhá, pelo PAIGC, e Henrique Pereira Rosa. Os juízes ainda terão de proceder a uma triagem e confirmar quem fica realmente na corrida.
O antigo primeiro-ministro Francisco José Fadul, o actual ministro da Administração Territorial, Baciro Dabó, e o líder do Partido Republicano para a Independência e Desenvolvimento, Aristides Gomes, fazem parte do lote com ambições presidencialistas. Mas a PANA já avançou que o Supremo Tribunal deverá vetar tanto Henrique Rosa como Francisco Fadul, o primeiro por ter avós portugueses e o segundo por ser filho de um libanês, quando no país predomina o princípio de que só devem ser eleitos para a suprema magistratura os cidadãos de ascendência inteiramente guineense.
Segundo o boletim de informações confidenciais "Africa Monitor Intelligence", editado em Lisboa, Malam Bacai Sanhá, do PAIGC, deverá ser o favorito, pois "tem carisma e goza de prestígio na população em geral", sendo considerado conciliador, enquanto o seu principal adversário, Ialá, de etnia balanta, só recentemente convertido ao islamismo, "está desgastado, interna e externamente".
Enquanto isto, a comissão nacional de inquérito aos assassínios do Presidente João Bernardo (Nino) Vieira e do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé na Waie, no início de Março, prorrogou os seus trabalhos por 15 dias, uma vez que até agora não apurou pistas importantes sobre estes crimes.
"Há muitas dificuldades em interrogar alguns militares de alta patente, uma vez que as Forças Armadas ainda continuam a exercer uma grande influência", disse uma fonte policial citada pela AFP.
Ainda nenhum Presidente até hoje eleito na Guiné-Bissau, em 35 anos de independência, conseguiu levar até ao fim o seu mandato, devido aos golpes de estado e a outros actos de violência, que acontecem recorrentemente no país.
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